quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Ministério estuda usar energias renováveis para baratear custos da transposição



Com a indefinição sobre quem vai pagar o custo de operação da transposição do Rio São Francisco, previsto em aproximadamente R$ 500 milhões anuais, o Ministério da Integração Nacional e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) estão analisando a viabilidade para o uso de energias renováveis no projeto. O consumo de energia elétrica corresponde a cerca de 80% dos gastos do empreendimento, segundo a pasta.

Uma das formas pode ser tentar energia solar sobre espelho d’água, ou seja, em cima dos canais, que somam 270 quilômetros entre Pernambuco, Ceará e Paraíba, nos dois eixos. De acordo com o ministério, algumas vantagens são de que a evaporação é reduzida, já que os painéis solares montados em canais bloqueiam a radiação do sol, e o crescimento de algas é minimizado, ajudando também na redução do custo de manutenção e aumentando a vida útil dos equipamentos.
Segundo a Integração Nacional, serão feitas análises das tendências de mercado em energias renováveis e o levantamento dos aspectos técnicos da região de implantação, como geologia, acesso, restrições ambientais, além de hidrografia e clima. Até agora, foram elaborados dois relatórios, um plano de trabalho e uma análise de cenário, mas ainda é aguardado o documento final com sugestões.

O alto custo é motivado pelo acionamento das bombas para elevar a água entre os canais.
Consta nos termos de compromisso da transposição que a cobrança da água e o pagamento dos gastos de operação e manutenção do sistema ao operador nacional, que até agora é a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), caberão aos estados receptores.

Entrega atrasada

O eixo leste foi entregue há um ano e meio, em cerimônia com o presidente Michel Temer (MDB) que demonstrou a briga pela paternidade da transposição, iniciada em 2007, no governo Lula (PT).

Apesar de esse trecho ter cerca de 200 quilômetros de canais passando por Pernambuco, o Estado não é beneficiado ainda – a não ser aproximadamente 30 mil habitantes do município de Sertânia. Isso porque faltam concluir obras complementares, como a Adutora e o Ramal do Agreste, mesmo problema vivenciado por outros estados.

O eixo norte foi retomado há um ano, após passar um ano com obras paradas entre Pernambuco e Ceará. A Mendes Júnior, envolvida na Operação Lava Jato, deixou os canteiros alegando dificuldade de obter crédito e a licitação levou um semestre para ser retomada, além de ter passado por um imbróglio judicial após ser concluída. Este ano, a construtora foi substituída mais uma vez. Na última sexta-feira (3), Michel Temer deu um novo prazo para a conclusão desse trecho: até o fim do ano.  blog do Jamildo-Blog Velho Chico

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