
Além da apresentação da programação do evento, que espera receber cerca de 40 mil representantes de diversas partes do mundo, houve também conversa com enfoque em aumentar a conscientização da população no que diz respeito ao uso consciente da água.
“O fórum tem o objetivo de reunir não apenas prefeitos e governadores, mas também juízes, parlamentares, organizações não governamentais, ministros de Estado, além da sociedade civil e academia, para ter uma discussão aprofundada sobre todos os temas relativos à água, principalmente tendo em vista os objetivos do desenvolvimento sustentável, que foram escritos na agenda 2030, que é um compromisso de todos os países-membros da Organização das Nações Unidas”, destacou o presidente da comissão política do fórum, Reinaldo Salgado.
Governadores e prefeitos participam de Encontro Preparatório para o 8º Fórum Mundial da Água, que será realizado em 2018 em BrasíliaAntonio Cruz/Agência Brasi
Dados
De acordo com as Nações Unidas, até o ano de 2030, a demanda por água no mundo deve subir em 50%. De todo o esgoto gerado pela população mundial, 80% retornam para a natureza sem nenhum tratamento. Segundo levantamento do Instituto Trata Brasil, apenas 50,3% do esgoto doméstico são coletados no país. Isso significa que cerca de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a esse serviço.
Além da poluição, a escassez de água é outro problema. De acordo com a ONU, dois terços da população mundial sofrem com falta de água. Destes, metade vive na China e na Índia. O cenário é ainda mais preocupante quando a perspectiva é que em 2030, 70% da população mundial se concentrará nas cidades, isso aumentará a demanda por água.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada R$ 1 investido em saneamento, se obtém economia de R$ 4 em relação à saúde da população.
“A falta de consciência ambiental afeta a preservação e compromete o futuro das nossas próximas gerações”, disse Salgado.
Responsabilidade
Segundo um estudo da ONU, de cada quatro empregos no mundo, três dependem da água, e deles, dois precisam de nível ainda mais elevado de consumo. O uso racional da água é imprescindível para a sustentabilidade e vai além das questões políticas e econômicas. “Quem bebe água tem responsabilidade”, disse o copresidente da comissão organizadora do fórum, Paulo Salles.
“Trazer a população para essa realidade, que é a gestão integrada dos recursos hídricos, requer sim a participação da sociedade. O Fórum Mundial da Água tem esse aspecto político para que os governos revisem legislações, além de fortalecer as instituições”, acrescentou.
O Fórum
O Fórum Mundial da Água é o maior evento sobre água do mundo. Com a intenção de consolidar a agenda referente aos problemas hídricos, a próxima edição reforça a importância da gestão responsável da água com a participação de todos os segmentos da comunidade internacional.
O evento ocorre de três em três anos e terá sua primeira edição no Hemisfério Sul. O tema será Compartilhando Água.
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